NÚCLEO EPHEMERA SPORT – DOIS AMORES – MEMÓRIAS DE JESUS CORREIA (1954)

Mais um pequeno tesouro, raridade do Núcleo Ephemera Sport que merece a nossa atenção: trata-se do livro “Entre dois amores – Memórias de Jesus Correia“, livro atribuído ao jornalista Vitor Santos e editado em 1954.
O livro é a colectânea dos capítulos da biografia de Jesus Correia que foram publicados no jornal ‘A Bola’ de 20 de Julho até 17 de Setembro de 1953 e relata a vida, os triunfos e as suas duas paixões, que amou de igual maneira: o futebol e o hóquei em patins.
António de Jesus Correia nasceu em Paço de Arcos em 1924 e desde criança começou a dar pontapés na bola, mostrando habilidades fora do comum. Um dia, ainda miúdo, viu um jogo de hóquei em patins e, sem se preocupar por ser já “sentimentalmente comprometido” com o futebol, agarrou no stick e começou a correr também atrás da bolinha de borracha … e nasceu a lenda.
Jesus Correia pode ser considerado um dos maiores desportistas portugueses de todos os tempos, um fantástico atleta que conseguiu, ao mesmo tempo, ser craque no futebol e no hóquei em patins. Jesus Correia espalhou magia com estas estatísticas fabulosas:
– No futebol, 200 jogos e 156 golos com o Sporting Clube de Portugal, fazendo parte dos míticos 5 violinos (com Peyroteo, Travassos, Vasques e Albano) e ganhando 7 campeonatos e 3 taças de Portugal. Acrescentamos também 13 jogos e 3 golos com a Selecção.
– No hóquei em patins, com o Clube Desportivo Paço de Arcos, fez 172 jogos e quase 300 golos, ganhando 8 campeonatos nacionais. E não esquecemos 5 campeonatos mundiais e 6 europeus com a Selecção Nacional!
Mas o menáge a trois não podia durar eternamente… o Sporting ameaçou veementemente o Necas (alcunha do Jesus Correia), era a altura de decidir: futebol ou hóquei.
O seu coração não aguentou, em 1953, a triste decisão  foi tomada e o escolhido foi o hóquei, que, como ele próprio afirmou, saiu “vitorioso da cena de ciúmes que durou tantos anos”. Os holofotes do futebol abandonados pelo amor ao desporto da sua terra.
Glória ao Jesus Correia, o eterno Necas.”

Texto de Eupremio Scarpa.

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