NÚCLEO EPHEMERA SPORT: Romeu Correia- Portugueses na V Olimpíada

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“1912: Portugal estava em plena efervescência pós-5 de Outubro. A jovem nação republicana dava a conhecer-se ao mundo e muitas vezes usou o desporto como veículo de reconhecimento internacional.
“Portugueses na Vª Olimpíada” , editado em 1988, da autoria de Romeu Correia é uma outra pérola presente na biblioteca do Núcleo Ephemera Sport.
O seu autor, antigo grande desportista dos anos 30-40 e seguidamente apreciado escritor, encarregou-se, com este livro, de não deixar cair no esquecimento a epopeia dos primeiros 6 atletas portugueses que participaram nos Jogos Olímpicos.
Os nomes destes pioneiros? Fernando Correia ( esgrima), António e Joaquim Vital (luta greco-romana), Armando Cortesão, António Stromp e Francisco Lázaro ( atletismo).
O livro é uma homenagem a estes atletas e aos primórdios do desporto português. Conta-se, através de recortes da época e entrevistas, o grande entusiasmo com os preparativos: houve eventos desportivos que serviram para angariar o dinheiro necessário para apoiar a comitiva lusa, que originalmente estava previsto ser formada por dez atletas…
Mas o dinheiro escasseava, só foram 6 e sem acompanhantes, dirigentes, treinadores ou preparadores físicos, Fernando Correia responsabilizou-se por dirigir a comitiva.
A foto da partida nas escadaria do avião que ia levá-los para Estocolmo é uma das mais icónicas na história do desporto português!!! 6 atletas prontos na maior aventura das suas vidas… mas só 5 irão voltar. A linda epopeia foi manchada  por uma tragédia.
Francisco Lázaro, durante a maratona olímpica do dia 15 de Julho 1912, morreu de insolação, causada pelas suas própria incúrias e ingenuidade. Foi um dos dois únicos atletas a correr sem chapéu, num dia com mais de 30 graus e correu a maratona com o corpo tudo untado de sebo que entupiu os poros todos não o deixando transpirar. Há quem fale também de ” substâncias” que teria tomado e que causaram a morte. A única certeza é a de que o seu nome está bem gravado no Olimpo dos “imortais”: Portugal tinha o seu primeiro mártir desportivo.”

Eupremio Scarpa

 

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