Podcast: Boletim da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Casar é para muitos portugueses/as um dos actos mais importantes da sua vida. É um momento com profundo significado pessoal, mas também religioso (ou não) – o “matrimónio” é um sacramento da Igreja Católica, – familiar, social, económico e cultural. É um dos rituais mais codificados na sociedade portuguesa, as roupas, a coreografia da chegada e da partida, a roupa, a colocação das pessoas na Igreja, o papel dos pais e outros familiares, as “damas de honor”, a missa e o assento civil, o cortejo, os convidados, a boda, a partida para a “lua de mel”, toda uma sequência de actos fotografados em momentos definidos, quem paga o quê, o dote, os carros, – tudo.
Apesar desta importância pessoal e social, o casamento é dos actos menos estudados nas suas implicações. Tudo parece igual e é tudo muito diferente, com uma iconografia abundante. Riqueza e pobreza, raça e identidade, alegria ou tristeza, devoção ou cumprimento de regras.
No entanto… uma das coisas mais abundantes que são deitadas fora, oferecidas, vendidas quase a peso, desprezadas, são as fotografias dos casamentos, já para não falar de ementas e convites. O ARQUIVO EPHEMERA por doação e aquisição tem milhares dessas fotografias e, como de costume, a quantidade permite-nos ver padrões para além da aparente trivialidade e repetição.
E é o que aprendemos ao ver casamentos que tem a intenção de dar origem a uma exposição.
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