Exemplo de uma espécie de cadernos que já passaram em desuso, entre os álbuns de antigamente, onde se deixavam frases e poemas para as senhoras e raparigas e colecções de autógrafos de colegas e amigos. Este livro de autógrafos de uma rapariga, nos anos cinquenta, cuja identidade me era desconhecida a não ser que se chamava Joana. Uma leitora do Abrupto, Adelaide Chichorro Ferreira reconheceu a letra da mãe numa das dedicatórias e conseguiu identificar a Joana do caderno: Joana Simeão. “Um futuro risonho e muitas felicidades” diz uma das mensagens de amizade, exactamente o que Joana Simeão não teve. Após uma história atribulada entre os últimos anos da colonização de Moçambique e a independência, Joana Simeão foi executada pela FRELIMO acusada de traição.
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