(Nota que será ampliada o mais breve possível.)
Esteban Rovira Pacheco inspeccionando a Puente de los Franceses que fora ocupada pelas forças revoltosas e que a coluna militar que capitaneava expulsou durante a defesa de Madrid.
Durante uma visita de dois primos segundos meus, Elba Elena Rovira Zepeda e Carlos Ivan Rovira, com a sua esposa Pepi Jiméniz, foi oferecido ao ARQUIVO / BIBLIOTECA um vasto conjunto de materiais relativos a seu pai Esteban Rovira Pacheco, retomando-se assim uma relação familiar rompida por mais de sessenta anos pelas vicissitudes da guerra e da distância. Esteban Rovira Pacheco (1902 – 1973) era filho de minha tia-avô Helena Pacheco Varela de Luaces, irmã de meu avô Gonçalo Pacheco Pereira, e casara em Espanha com um militar, Estebán Rovira Pita, seguindo os seus filhos uma carreira militar. Quando da guerra civil, Esteban então tenente-coronel e com uma carreira militar já extensa em Marrocos e em Espanha, ficou leal à República. Participou no comando de tropas durante toda a guerra, com um papel destacado na defesa de Madrid. Prisioneiro no final da guerra foi condenado à morte pelo Tribunal Militar de Alicante.
Notícia da comutação da pena de morte.
Face a essa condenação, a família portuguesa fez uma campanha internacional pelo seu indulto, conduzida pelo meu bisavô, o meu avô, sua mãe e minha tia-avô, freira Doroteia. Envolveu uma parte importante da nobreza portuguesa, gente do regime, incluindo Carmona, a Rainha D. Amélia e o Papa Pio XII. Franco, que era particularmente adverso a comutar penas de morte, acabou por comutar a pena em exílio perpétuo e Esteban veio para Portugal com o apoio da família Pacheco Pereira. Porém sentindo-se inseguro no contexto da Segunda Guerra num país aliado de Franco, resolveu emigrar para os EUA e depois para El Salvador. Em El Salvador manteve-se um contacto residual com a família portuguesa que acabou por esfumar-se.
Chegando a El Salvador, numa situação de penúria financeira, participou nalgumas das aventuras militares latino-americanas, treinando forças militares de oposição a Somoza, sendo os seus conhecimentos militares e experiência concreta de combate, altamente avaliados. Estabelecido em El Salvador aí veio a estabilizar a sua vida como professor e articulista, e constituiu família casando com Elba Zepeda de que teve sete filhos. Com o início da guerra civil em El Salvador enviou os seus filhos para Espanha onde vivem na sua maioria em várias cidades. Morreu antes de ver Franco perder o poder e a Espanha tornar-se uma democracia.
Artigo no Diario de Costa Rica.
Os materiais entrados no ARQUIVO / BIBLIOTECA cobrem todos os aspectos da sua vida, alguns dos quais pouco conhecidos e documentados. Vão permitir melhorar muito a sua biografia e revelar aspectos de uma vida incomum, em que a família Pacheco Pereira esteve muito envolvida.
Agradeço a Elba, Carlos e Pepi a gentileza da oferta.
Seja o primeiro a comentar