EPHEMERA – NOTÍCIAS DA SEMANA ( DE 3 A 10 DE JANEIRO DE 2016)

ACTUALIZADO / EM CONSTRUÇÃO

Ver EPHEMERA – NOTÍCIAS DA SEMANA ( DE 3 A 10 DE JANEIRO DE 2016) – SUPLEMENTO DA BIBLIOTECA

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APELO AOS AMIGOS DO EPHEMERA EM CABO VERDE

Copy of Cabo Verde_ Ciclo de conferências debat..

Irei a Cabo Verde durante a próxima semana para participar numa iniciativa do Presidente da República no Dia da Liberdade e da Democracia. Apelo aos amigos do EPHEMERA em Cabo Verde para a contribuição que possam dar para o ARQUIVO / BIBLIOTECA em panfletos, cartazes, bandeiras, livros, fotografias e outros materiais que possam ser relevantes para a história política de Cabo Verde. O EPHEMERA é já hoje um dos maiores arquivos portugueses de materiais relativos à actividade política, partidária, sindical e associativa no século XX e XXI.

Entre as muitas entradas com materiais de Cabo Verde conta-se:

PAPÉIS DE SILVA CUNHA – CORRESPONDÊNCIA COM OS GOVERNADORES DAS COLÓNIAS – CABO VERDE

PAIGC – MÚSICA CABOVERDIANA PROTESTO E LUTA

GUINÉ – BISSAU / CABO VERDE – PAIGC – DISCO

CABO VERDE – MOVIMENTO DOS CABOVERDIANOS AMIGOS DE PORTUGAL (MOCAPO)

PAIGC – AUTOCOLANTES

CABO VERDE – UNIÃO DO POVO DAS ILHAS DE CABO VERDE (UPICV)

CABO VERDE – UNIÃO DEMOCRÁTICA DE CABO VERDE (UDC)

CABO VERDE – COMISSÃO AD HOC DOS CABOVERDEANOS EM LOURENÇO MARQUES

CABO VERDE – COMUNICADOS VÁRIOS (1974)

CABO VERDE – COMUNICADOS MILITARES E GOVERNAMENTAIS (MAIO 1974)

GRUPO DE ACÇÃO DEMOCRÁTICA DE CABO VERDE – GUINÉ

MATERIAIS DE PROPAGANDA POLÍTICA – DO PAIGC AO PAICV

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NOTÍCIAS DO CUNHAL IV

(Em breve.)

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AGRADECIMENTOS E ENTRADAS

Papéis do Capitão André Dias da Silva

Lista de presos políticos (1931).

Adquirido um conjunto de documentos, correspondência e outros materiais com origem no espólio do Capitão André Dias da Silva, um militar com ligações ao 28 de Maio de 1926 e activo defensor de Salazar e do Estado Novo. Na sua carreira militar avultam cargos ligados à repressão, quer policial, quer militar, dos opositores do regime, em particular a sua passagem por Cabo Verde onde foi responsável por uma companhia de tropas indígenas vinda de Angola que guardava os presos republicanos (incluindo o General Sousa Dias). Na prática, essencialmente no ano de 1931, é ele o responsável pelo encarceramento em condições muito duras de um conjunto de presos republicanos e anarquistas no Seminário-Liceu de S, Nicolau em Cabo Verde, um primeiro esboço do “universo” dos campos de concentração das ilhas, do qual o mais notório foi o Tarrafal.

Os documentos, correspondência (original e cópias dactilografadas, telegramas cifrados, etc.), relatórios manuscritos, originais dactilografados, etc., centram-se no ano de 1931, e retrata o ambiente entre os presos, a reacção da população local, os meios ao dispor da repressão e o comportamento das autoridades. São documentos muito importantes para a história da repressão do Estado Novo nos seus primeiros anos.

Ver Victor Barros, Campos de Concentração em Cabo Verde, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2009.

(Anexado a ARQUIVOS INDIVIDUAIS, DE FAMÍLIAS E DE INSTITUIÇÕES, ESPÓLIOS, PAPÉIS, CORRESPONDÊNCIA, FOTOGRAFIAS, VÁRIOS).

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Espólio dos jornalistas Armando Jorge de Almeida (1918-1992) e de seu pai, Júlio de Almeida (1890-1966)

Júlio de Almeida (1890-1966)

Armando Jorge de Almeida (1918-1992) .

Agradeço a importante doação feita este mês por Mário Jorge Flora de Almeida do Espólio de seu Pai e Avô, Júlio de Almeida (1890-1966) e Armando Jorge de Almeida (1918-1992), um caso pouco comum de uma família com duas gerações de jornalistas. O Espólio começou a ser recolhido esta semana e continuará nas semanas seguintes. Está muito organizado e inventariado e é acompanhado por um trabalho de  “memória” notável. Na correspondência que preparou a entrega, Mário Almeida forneceu um vasto conjunto de elementos para a compreensão não só da vida de seu Avô e Pai, assim como as suas próprias memórias autobiográficas ligadas com a recordação física deste espólio.

“Tendo a minha Mãe falecido, com 95 anos, no final de Junho, tive finalmente de enfrentar o destino a dar a nossa casa de família no Bairro da Calçada dos Mestres junto ao Aqueduto das Águas Livres, onde cresci e de onde saí em 1975. É uma casa enorme, (…) que a minha Mãe deixou de habitar em 2006 quando, perante o agravamento do seu estado de saúde, fui forçado, filho único, a entrega-la aos cuidados de um Lar de 3ª Idade, em Lisboa.

Durante estes quase 10 anos fui adiando a decisão sobre o destino a dar a casa, sendo certo que o seu espólio seria o mais sério problema a enfrentar. Encurtando os detalhes dos meus habituais “zigues-zagues” e hesitações em situações deste tipo, e depois de abandonar a ideia de a recuperar e para lá voltar, optei, na prudência dos meus 65 e perante o desinteresse da descendência, por colocar a casa à venda. (…)

O meu Pai foi o último descente de uma geração de jornalistas que trabalharam na redacção do Diário de Noticias desde a sua fundação, em 28 de Dezembro de 1864. O meu trisavô, José Francisco de Assis Almeida, foi um dos que deu o primeiro do número do DN à estampa. A historia apareceu contada (que eu saiba pela primeira vez) num artigo que o meu pai escreveu para o número comemorativo do Centenário do Diário de Notícias, que digitalizei e envio em anexo 2. Nesse mesmo número o meu avô, Júlio de Almeida, na altura já reformado e que viria a falecer em 1966, publicou também um artigo, que retirou das memórias que então estava a escrever (já lá iremos), um episódio de 1909 relacionado com uma reportagem de cariz policial (…) sobre um caso lhe fora entregue para investigar e que ele, acabado de chegar à profissão, encarou com enorme respeito. Uma delícia de artigo que também tenho comigo, bem como as suas memórias que me lembro de o ver a escrever na terceiro andar de um prédio da Rua de S.Bento, todas as manhãs, que terminavam numa cadeira em pilhas de A4s pardos escritos a BIC, desses que eram usados nas redacções e que depois cheios seguiam enrolados a lembrar papiros para a tipografia numa canalização de ar comprimido.

Estas memórias, para onde ele esteve a verter muitos anos de jornalismo desde início do século passado, e a que o meu pai, em minha opinião, não chegou a dar a devida atenção, estavam dadas como perdidas, encontrei-as há um mês numa mala no fundo de um roupeiro, tal como o meu avô Júlio as havia deixado, cada artigo (escrevia um por manhã) seguro por um clip já ferrugento, no cimo dos papéis um envelope recheado de fotografias das épocas retratadas, seguirá também foto num dos próximos emails. Entusiasmado com a sua leitura, é minha intenção começar brevemente a verter para Word todos os episódios relatados, e digitalizar a seguir os originais. Não sei quanto tempo irei demorar, é trabalho que estou a desejar começar logo que termine a libertação da casa, sendo certo que, uma vez concluído, a mala e seu recheio serão também entregue aos cuidados do Ephemera.

Ainda sobre estas quatro gerações de jornalistas, voltou o DN a publicar uma breve referência à família Almeida, no seu número comemorativo dos 125 anos do DN (29 de Dezembro de 1988), num artigo  cuja existência desconhecia mas que encontrei logo no inicio da classificação do espólio, meu pai tinha-o guardado juntamente com dois exemplares do número dos 100 anos. Deste segundo artigo não conheço o autor, não aparece na fotocópia, tenciono visitar oportunamente o arquivo do DN para tentar esclarecer essa dúvida.

Nesta casa enorme, onde estudei e de onde saí pouco depois da minha licenciatura no IST, estavam espalhados por prateleiras das várias divisões alguns milhares de livros que o meu pai terá trazido de casa de meu avô após morte dele, algumas das quais, pela sua idade, o meu avô teria herdado de seu pai.

Quando comecei a desfazer prateleiras percebi também que,  a partir do meio da década de 60, o meu pai teria começado a trazer e arrumar cuidadosamente tudo o que fossem publicações e livros de propaganda do antigo regime publicados pelos diversos ministérios, cujos gabinetes o meu pai frequentava na sua qualidade de repórter da Arcada, uma parte substancial oriunda do Ministério do Ultramar. Mas encontrei também muito material do Ministério da Agricultura e do Ministério de Educação, mormente do tempo do Prof. Veiga Simão, com quem o meu pai aliás veio a colaborar numa dada fase da “primavera marcelista”.(…)

Sobre esta época, recomendo a leitura a comunicação da Diana Andringa ao VI Congresso Português de Sociologia sob o título “Jornalismo: Uma profissão em Mudança” (anexo 4), onde faz referência (pagina 4) a um outro jornalista, José Estevão Santos Jorge, também ele filho de jornalista no Diário de Lisboa, onde aliás trabalhou, e que depois se veria envolvido no “Caso dos 24” do DN do tempo de Saramago. O José Estevão faleceu em Dezembro de 2008, era para todos os efeitos o meu “segundo pai”, pois tive com ele, na adolescência, várias longas tertúlias sobre política, mormente sobre a guerra colonial, que tanto marcou a minha geração. Foi ele que me deu as primeiras visões alternativas ao pensamento dominante da época, de que o meu pai era convicto defensor. E fora também com ele que tinha aprendido as primeiras noções de xadrez, pois era o responsável pela coluna de xadrez do DL, e a apreciar vinho tinto, na fase final da sua vida o DN convidou-o a coordenar o suplemento de vinhos, pouco antes de morrer, no regresso que fizemos de Santa Maria para lhe recolocar o “pace-maker”, passamos aqui por casa para abrirmos a dois um Porto J.H. Andersen de 1945 que, segundo a minha avó paterna, teria sobrado do meu baptizado. Ainda ali tenho dois dedos de fundo de garrafa que teimo em manter.

Na comunicação da Diana é também referida (Secção 4, pagina 7), em entrevista ao José Estevão, o papel da “Arcada”, gabinete cedido aos jornalistas no Terreiro do Paço, para desde aí assegurarem a cobertura noticiosa do tudo o que era agenda do governo do anterior regime. Nesse gabinete, onde em miúdo passei muitas horas, trabalharam vários jornalistas, tenho as fotos e todos eles, entre os quais o José Estevão, seu irmão, Luis Santos Jorge, e o meu avô, pois durante alguns anos ele e o meu pai trabalharam juntos na profissão.

A Arcada resistiu obviamente muito pouco após o 25 de Abril, último gabinete foi no Ministério do Interior, na esquina da Rua do Ouro com o Terreiro do Paço, reparei há dias que o espaço do antigo ministério foi transformado numa Pousada de Charme do Grupo Pestana, no local onde outrora estavam secretárias, Underwoods e duplicadores de “stencil” (…), encontra-se agora a recepção da Pousada, visitei-a em Agosto, quem lá entre não imagina a quantidade de história que aquela sala tem. Muito do arquivo desse gabinete foi localizado agora por mim. Descobri lá cópias de documentos dactilografados do Movimento dos Capitães, dos finais de 73, que já separei.

Pela Arcada, apesar da sua origem e histórico, mas por força da heterogeneidade dos jornalistas que a frequentavam, num tempo em que o jornalismo era feito de uma outra forma (ver de novo o que escreveu a Diana Andringa) circularam vários documentos clandestinos, em especial na fase derradeira do antigo regime, recordo de meu pai levar para casa uma edição precoce passada à maquina do “Portugal e do Futuro”, que ele havia conseguido, de forma que nunca consegui apurar, das mãos do Tenente-Coronel Almeida Bruno, na altura recém chegado da Guiné, que o meu pai daria a ler a um colega em máximo segredo, mas que depois acabaria por cair nas mãos, após encontro deste junto à Brasileira, do correspondente em Lisboa do “Corriére de La Sera”, tendo algumas passagens desse “draft” sido reproduzidas logo no dia seguinte.

Da fase após o 25 de Abril tenho vários dossiers com recortes de jornais que o meu pai, já retirado das lides, ia recolhendo da imprensa, bem com um dossier com documentação relacionada com o afastamento do jornalista Jacinto Baptista do Diário Popular, numa fase que, a fazer fé no que ouvia de meu pai, a redacção sofria forte influencia da UDP.”

(Anexado a ARQUIVOS INDIVIDUAIS, DE FAMÍLIAS E DE INSTITUIÇÕES, ESPÓLIOS, PAPÉIS, CORRESPONDÊNCIA, FOTOGRAFIAS, VÁRIOS).

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Agradeço a Clemente Pinto o envio de um conjunto de propaganda relativa às eleições autárquicas de 2013 em Oliveira de Azeméis, e em particular na freguesia de Cucujães.

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Entraram, por aquisição, centenas de fanzines e publicações alternativas provenientes de uma colecção privada de um dos principais animadores do movimento de publicações contra-culturais nas décadas de 70 ao início do século XX.

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UM OBJECTO POR SEMANA

Prato do MDP-CDE de 1975.

CURIOSIDADES DO ARQUIVO

Rotas dos aviões da Panam em 1950.

NOTÍCIAS

Um amigo espanhol do EPHEMERA, Miguel S. Gutierrez, um dos grandes especialistas e coleccionadores de “pegatinas”, deu uma entrevista ao jornal La Nueva España de 4 de Janeiro de 2016.

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Alan Kinsella [https://irishelectionliterature.wordpress.com], amigo irlandês do Ephemera, realiza no próximo dia 16 uma exposição de materiais de propaganda política do Fiana Fáil.

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