Esta revista era muito curiosa e um poço de contradições e mal-entendidos. Desde logo, a designação “m-l”, ao contrário do que possa parecer à primeira vista, não significava que se tratasse de uma organização maoísta. Em seguida, não se tratava de uma organização com base operária, pois os seus principais elementos, que conheci no Porto, eram um médico e uma enfermeira de Lisboa ou dos seus arredores que (pelo menos na época) formavam um casal e que suportavam o jornal a partir dos seus vencimentos. O retorno que eles tinham em termos de participações directas de leitores era muito escasso. Prova disso é que a “carta de uma enfermeira” era da autoria da própria dirigente. Na época em que conheci a revista, eu tinha 19 anos, e quatro de participação política e associativa (fui por exemplo um dos eleitos da lista por um ensino ao serviço do povo que ganhou as eleições da Associação do Liceu Alexandre Herculano relativamente à qual existe na página dedicada ao PCP (ml) um conjunto de apontamentos de reuniões da UEC(ml) e quando li os primeiros números da VANGUARDA achei que devia dizer-lhes qualquer coisa. Assim, a minha carta veio publicada quase na íntegra salvo erro no n.º 14, e eles deslocaram-se ao Porto para me conhecer, e tentar estabelecer novos pontos de venda. Sugeri-lhes a Livraria Leitura, para onde eles passaram a enviar também a revista. Depois dessa tarde passada em conjunto no Porto (salvo erro o número que tinha saído era o 16), nunca mais os vi. Suponho que eles devem ter ficado chocados por eu ser tão novo.
Espero que estas observações tenham algum interesse.
Augusto Mouta
Esta revista era muito curiosa e um poço de contradições e mal-entendidos. Desde logo, a designação “m-l”, ao contrário do que possa parecer à primeira vista, não significava que se tratasse de uma organização maoísta. Em seguida, não se tratava de uma organização com base operária, pois os seus principais elementos, que conheci no Porto, eram um médico e uma enfermeira de Lisboa ou dos seus arredores que (pelo menos na época) formavam um casal e que suportavam o jornal a partir dos seus vencimentos. O retorno que eles tinham em termos de participações directas de leitores era muito escasso. Prova disso é que a “carta de uma enfermeira” era da autoria da própria dirigente. Na época em que conheci a revista, eu tinha 19 anos, e quatro de participação política e associativa (fui por exemplo um dos eleitos da lista por um ensino ao serviço do povo que ganhou as eleições da Associação do Liceu Alexandre Herculano relativamente à qual existe na página dedicada ao PCP (ml) um conjunto de apontamentos de reuniões da UEC(ml) e quando li os primeiros números da VANGUARDA achei que devia dizer-lhes qualquer coisa. Assim, a minha carta veio publicada quase na íntegra salvo erro no n.º 14, e eles deslocaram-se ao Porto para me conhecer, e tentar estabelecer novos pontos de venda. Sugeri-lhes a Livraria Leitura, para onde eles passaram a enviar também a revista. Depois dessa tarde passada em conjunto no Porto (salvo erro o número que tinha saído era o 16), nunca mais os vi. Suponho que eles devem ter ficado chocados por eu ser tão novo.
Espero que estas observações tenham algum interesse.
Augusto Mouta