Autocolantes
Autocolante e fotografia do estado actual do Cavalete do Poço de S. Vicente aí reproduzido.
O Centro Revolucionário Mineiro foi o resultado da ocupação das instalações da Companhia das Minas de S. Pedro da Cova (encerradas desde 1970) em Julho de 1975. O Centro foi uma típica organização “revolucionária” dos anos do PREC, que teve um papel muito activo na recuperação da memória do trabalho mineiro e das lutas sociais com ele associadas. A obra de Serafim Gesta (Mazola), parte da qual editada pelo Centro, retrata os aspectos da história mineira que até 1974 a censura não permitia que se conhecessem. Na biblioteca existem as seguintes brochuras:
Serafim Gesta, Ervedosa – Apontamentos monográficos e históricos, Centro Revolucionário Mineiro, 1975
Serafim Gesta, Vozes do subsolo, [Gondomar] , Centro Revolucionário Mineiro, 1976
Serafim Gesta (Mazola), Mataram o Farramôna!: lutas operárias em S. Pedro da Cova, S.L., Centro Revolucionário Mineiro. Gabinete de Documentação, 1976
Serafim Gesta (Mazola), Operários da morte: documento vivo da miséria e exploração de todo um povo: os mineiros de S. Pedro da Cova, Centro Revolucionário Mineiro, 1978
Serafim Gesta “Mazola”, Minas de S. Pedro da Cova um grito rompe o silêncio, Porto, Of. Gráf. do Colégio dos Órfäos). 1982
Serafim Gesta, S. Pedro da Cova: folclore mineiro, S.L., S. Gesta, 1982.
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Clarinda Santos, Professora da Escola Secundária de S. Pedro da Cova, Gondomar, enviou-me um conjunto de informações sobre o estado actual do património mineiro e os esforços que estão a ser feitos para salvá-lo:
Como sabe, durante muitas décadas S. Pedro da Cova, em Gondomar, foi um lugar relevante para a história industrial e laboral do país devido à actividade extractiva das minas de carvão encerradas em 1972. O complexo mineiro que restou está no mais completo abandono e levanta para a freguesia sérias questões não só de identidade cultural e histórica inerentes ao pouco empenho que as entidades públicas sempre demonstraram pela preservação do património local – nomeadamente a protecção e classificação do complexo mineiro, em especial o chamado Cavalete do Poço de S. Vicente que se encontra já sinalizado pelo IGESPAR ( antigo IPPAR) como imóvel de interesse público e exemplar único da arqueologia industrial mineira no país -, mas também no que ao ambiente diz respeito, uma vez que a área envolvente do dito complexo, em grande parte, corresponde uma lixeira.
Foi criado há pouco tempo um Movimento Cívico em Defesa do Património Histórico – cultural de S. Pedro da Cova com o objectivo de pressionar as entidades competentes para a devida classificação do Cavalete e a criação de um verdadeiro museu mineiro que conte e preserve a história desta freguesia gondomarense, uma parcela de território nacional económica, social e culturalmente das mais deprimidas. O Movimento foi criado por pessoas da terra, professores ( entre os quais me incluo) e gente vária que reconhece o valor do património que pouco a pouco vai definhando sem que nenhuma medida se tome.
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Existe uma petição e um blogue sobre o património de S. Pedro da Cova.
Fotos e chapas dos mineiros de S. Pedro da Cova.
As instalações – mais preciso, “o escritório”, foram ocupadas no dia 22 de Maio de 1975.