PAPÉIS DE EUCLIDES GOULART DA COSTA

Entraram no ARQUIVO / BIBLIOTECA, por aquisição,  um conjunto de papéis, originais manuscritos e dactilografados, correspondência, panfletos, programas, recortes, e outros, cobrindo a actividade do diplomata Euclides Goulart da Costa, em particular junto das comunidades portuguesas, nas primeiras três décadas do século XX. A sua biografia diplomática (que reproduzimos a seguir do Anuário Diplomático)  acompanha a documentação existente, incluindo a sua actividade no Hawai, onde existia uma colónia portuguesa muito activa;  em Cuba (correspondência entre a Secretaria de Estado do Governo de Cuba e Goulart da Costa como  encarregado de Negócios de Portugal, sobre a concessão de  asilo diplomático a dois congressistas cubanos (1933-4); um relatório dirigido ao MNE sobre a situação política em Havana em 1934); e nos EUA, em particular em Boston; mais tarde no Brasil e em S.Paulo.  Toda esta carreira está documentada em recortes de jornais locais, e noutros documentos agrupados em “scrapbooks“, que fornecem um retrato muito completo das actividades da emigração portuguesa nesta época.  Existe também correspondência de função e pessoal, e originais de artigos e textos ficcionais.

Euclides Goulart da Costa foi autor de vários livros entre os quais:

Escarvoadas : prosa. Horta,  Edição. do Almanach Açoriano, 1901.

Lirios : relicário mystico de ingenuidades antigas,  Lisboa, Typ. Ferin, 1902.

Os vulcões de Hawaii . Lisboa, Sociedade de Geografia, 1925.

Portugal descobridor : apontamentos respeitantes à descoberta da Califórnia, Lisboa, Tip. da Manutenção Militar, 1928.

ANEXO:

COSTA (Euclides Goulart da).

— Nasceu em 12 de Dezembro de 1883; diplomado com o curso superior de Letras; antigo professor do ensino Liceal; membro do Instituto de Coimbra; nomeado, precedendo concurso, professor da escola portuguesa em Honolulu, em 7 de Outubro de 1915; transferido para a escola em Boston, em 15 de Junho de 1917; aprovado em concurso para o quadro diplomático e consular, em 21 de Abril de 1920; vice-cônsul de 1a classe, em Nova Iorque, em 22 de Junho do 1921; no Consulado em S. Francisco, em 2 de Abril de 1924; no Consulado em Cantão, em 13 de Junho de 1927 (não tomou Posse); segundo-secretário de legação, em 29 de Junho do mesmo ano; na Direcção-Geral dos Negócios Comerciais e Consulares, na mesma data; Cônsul-Geral em Havana, em 2 de Maio de 1929; encarregado de negócios, interino, em 6 de Dezembro do mesmo ano; Cônsul em Casa Branca, em 4 de Julho de 1935 (não tomou posse); e em Boston, em 26 de Outubro de 1935; Cônsul em S. Francisco, em 9 dr Janeiro de 1939; aprovado no concurso para cônsules de 1a classe, em 19 de Julho de 1944; Cônsul de 1ª classe, no Consulado em S. Paulo, em 2 de Fevereiro de 1945; no Consulado em Barcelona, em 12 de Junho de 1946; na Secretaria de Estado, em 19 de Dezembro de 1946, continuando, porém, a gerir, em comissão, aquele Consulado até 29 de Maio de 1948.

Comendador da Ordem de Mérito Agrícola e Industrial (Mérito Agrícola); condecorado com a Cruz de Mérito da Cruz Vermelha Portuguesa; Comendador da Ordem de Carlos Manuel de Cespedes, de Cuba; Cavaleiro da Ordem de Leopoldo, da Bélgica.

Louvado, em 21 de Março de 1918, pelo seu patriótico procedimento no intuito de fortalecer os laços morais que devem unir as colónias portuguesas a Mãe-pátria; em 27 de Maio de 1926, pelo zelo e dedicação de que sempre tem dado provas no serviço do Estado; em 8 de Outubro de 1927, pelo zelo, actividade e patriotismo do que deu provas na campanha realizada na Califórnia a favor dos sinistrados pelo terramoto do Faial; em 5 de Dezembro do 1929, pela notável inteligência e acerto com que elaborou várias memórias e relatórios sobre assuntos de economia agrícola.

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