ENTRADAS – JOSÉ RIBEIRO DOS SANTOS

José Ribeiro dos Santos fotografado por sua filha Ana Ribeiro dos Santos.

Agradecemos a Catarina Costa Cabral a oferta do precioso espólio de seu avô, José Carlos Ribeiro dos Santos.

José Ribeiro dos Santos nasceu em Lisboa e licenciou-se na Faculdade de Direito (1932) ao mesmo tempo que fazia carreira na imprensa. Aos 17 anos foi admitido no Diário de Notícias, como revisor de provas tipográficas. Depois, trabalhou como redactor nos jornais Rebate e Diário Popular vindo a assumir, em 1930, o cargo de chefe de redacção da República, de onde transitou, em 1943, para o Diário de Notícias, para ali exercer as mesmas funções até 1958. Interrompeu aí a sua carreira de jornalista mas manteve assiduamente colunas de opinião no Diário de Lisboa e na República. Voltou ao jornalismo em Junho de 1974 como director do Diário de Notícias.
Notícia do DN (21/06/1974) dando nota da nova direcção do jornal.
Inscrito na Ordem dos Advogados, fez o seu estágio com Adelino da Palma Carlos. É autor de uma das primeira obras de Direito sobre a “propriedade horizontal”.
 
Em 1959 integrou os quadros superiores da Fundação Calouste Gulbenkian, onde dirigiu o Serviço de Ciência, e sob sua égide foram criados os centros de investigação do Instituto Gulbenkian de Ciência.
Cartão de sócio da Sociedade Portuguesa de Escritores.
Integrou, também, a Direcção da AG, como vice-presidente, da Sociedade Portuguesa de Escritores e foi fundador da Cooperativa de Estudos e Documentação, que desempenhou um papel de relevo no esclarecimento público de problemas contemporâneos e em cuja sede, após o 25 de Abril, o Partido Socialista pôde instalar-se provisoriamente.
Publicidade da peça “O Dono de Casa”, encenada em 1945.
É autor de vários livros e, na qualidade de dramaturgo, viu algumas das suas peças serem exibidas.
Pagamento à PIDE de 10 mil escudos de caução, na qualidade de arguido.
Ligado desde sempre à oposição democrática, pertenceu ao núcleo primeiramente designado como Resistência Republicana, sucessivamente alargado e transformado em Acção Socialista e, posteriormente, em Partido Socialista do qual foi fundador, sendo também director da publicação Portugal Socialista. Apesar da amizade pessoal por Mário Soares, toma partido por Salgado Zenha na disputa presidencial entre ambos, o que o leva a renunciar aos cargos no PS.
Carta de Mário Soares, enviada do exílio em S. Tomé (1968).

O espólio que nos foi entregue é rico em correspondência com individualidades que marcaram uma época, como Mário Soares, Tito de Morais, José Régio, Azeredo Perdigão, Gago Coutinho, Coimbra Martins, Veiga Simão etc. Contém ainda numerosos discursos e intervenções, crónicas, inéditos de ficção e teatro reveladores de uma vida social, cultural intensa e politicamente muito interventiva.

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