O mês de trabalhos máximos, com todo o Arquivo Ephemera a funcionar no limite, preparando, organizando exposições em Braga, Guimarães, Lisboa, Barreiro, Torres Vedras e, nos primeiros dias de Maio, em Salvaterra de Magos. A riqueza dos nossos fundos permitiu todas estas exposições, assim como o empréstimo de materiais para outras iniciativas locais e nacionais.
Ainda em Março, no Dia do Estudante, a exposição que esteve no ISCTE sobre a Resistência Estudantil à Ditadura, parte do projecto europeu Free Your Mind, em conjunto com universidades e arquivos em Espanha e na Grécia, foi enviada para a Universidade do Minho, de modo a estar aberta quer em Braga, quer em Guimarães.
Entretanto, começou a preparação daquela que era a a exposição principal do protocolo existente com a Câmara Municipal de Lisboa para as comemorações do 25 de Abril. Com a curadoria de Carlos Simões Nuno e Júlia Leitão de Barros, foi feita uma escolha nos materiais do Arquivo sobre as censuras de 1926 a 1974, elaborando uma estrutura narrativa que fosse rigorosa no plano cíentifico e correspondesse ao sentido cívico das comemorações do 25 de Abril.
Em colaboração com a CM Lisboa e a EGEAC, e com o apoio de voluntários do Ephemera, iniciou-se o trabalho físico da preparação e montagem da exposição, no edifício do antigo Diário de Notícias, debaixo das pinturas murais de Almada.
Dia 7, foi inaugurada a Exposição “Proibido por Inconveniente”, pelo Presidente da CM de Lisboa, Carlos Moedas.
Depois desse dia, passaram por lá cerca de 9000 visitantes, o que a tornou na exposição mais frequentada em Lisboa. A exposição foi visitada por milhares de jovens, alguns vindos em conjunto quer de escolas do ensino secundário, quer superior, que puderam “provar”, mesmo com surpresa, o que foi a vida nos 48 anos de ditadura. Autarcas, membros do governo, dirigentes partidários, professores de todos os graus de ensino, trabalhadores, funcionários, gente de todas as profissões e condições estiveram na exposição. (QUADROS DE UMA EXPOSIÇÃO (ABRIL DE 2022)
A recepção na comunicação social foi excelente, com todos os canais generalistas e por cabo a noticiarem o evento (com excepção da SIC), rádios e os principais jornais diários e revistas de referência a noticiarem em detalhe o conteúdo da exposição. As opiniões expressas no livro à disposição dos visitantes e transmitidas oralmente valorizavam o aspecto cívico da exposição.
Realizaram-se dois debates, um sobre o cinema, e outro sobre a música na sua relação com a censura. Ambos tiveram a sala esgotada.
No último dia da exposição foi feito o lançamento do livro de Júlia Leitão de Barros na colecção Ephemera da Tinta da China, apresentado por Adelino Gomes.
Os exemplares disponíveis no lançamento esgotaram, assim como muitos dos livros e cadernos colocados à venda. Cerca de 40 novos associados integraram a Associação Cultural Ephemera, e várias pessoas contribuíram com materiais para o Arquivo ( DOAÇÕES E OFERTAS DURANTE A EXPOSIÇÃO SOBRE A CENSURA)
Dia 23, inauguraram no Barreiro duas exposições com material do Ephemera, uma na Biblioteca Municipal do Barreiro, outra na ADAO. A exposição “Liberdade a Sério”, adaptada de outra com o mesmo nome que esteve na Universidade de Évora, foi inaugurada pelo Presidente da CM Barreiro, Frederico Rosa, que sublinhou a colaboração mútua entre o Arquivo Ephemera e a CM Barreiro. Mais uma sala cheia. (BARREIRO – INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO “LIBERDADE (A SÉRIO)” – CARTAZES ARTESANAIS DE PROTESTO (BIBLIOTECA MUNICIPAL DO BARREIRO, 23 DE ABRIL DE 2022))
Nesse mesmo dia, na ADAO, nova inauguração de uma exposição de fotografia colonial, do Arquivo Ephemera.
Um grupo de amigos do Ephemera, cerca de 40, veio do Porto e assistiu à inauguração no Barreiro.
Dia 25, os jardins do Palácio de Belém abertos ao público nesse dia tinham cartazes sobre o 25 de Abril do Ephemera, reproduzidos em tamanho maior.
No mesmo dia 25 de Abril, inaugurou-se uma exposição na Galeria Municipal de Torres Vedras, com a presença da Presidente da Câmara e do Presidente da Assembleia Municipal, mais uma manifestação de um antiga colaboração com a autarquia e do papel a nível local de Venerando Matos (TORRES VEDRAS – INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO “48 ANOS DE CARTAZES E OUTRAS INSPIRAÇÕES DO 25 DE ABRIL” (25 DE ABRIL DE 2022).
A imprensa local cobriu igualmente as exposições de Braga, Barreiro e Torres Vedras.
Dia 27, encerrou a exposição da Censura, com a presença do Primeiro Ministro António Costa e do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa. Junto connosco, o coronel Vasco Lourenço, militar de Abril. Todos visitaram a exposição, nalguns casos pela segunda vez. O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa Carlos Moedas estava retido na Assembleia Municipal, pelo que não pode estar presente, o mesmo acontecendo com o Vereador Diogo Moura.
(FECHOU, EM GRANDE, A EXPOSIÇÃO DA CENSURA COM CERCA DE 9000 VISITANTES EM 20 DIAS)
Nas suas intervenções, quer o Primeiro Ministro, quer o Presidente da República elogiaram o papel do Arquivo Ephemera, tendo o Presidente afirmado que “o país deve muito ao Ephemera e aos seus voluntários.”
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