A vida não tem sido fácil para os amigos e voluntários do ARQUIVO EPHEMERA, mas os resultados são mais que satisfatórios. Organizar exposições em Lisboa(quatro), em Viseu (duas), em Castelo-Branco, Viana do Castelo, Odemira, Guarda, Barreiro (duas), Argoncilhe (Santa Maria da Feira), Feijó (Almada) e mais uma em preparação em Oeiras, para os meses de Março a Junho, implicou um enorme esforço. Associadas às exposições fizeram-se visitas guiadas, debates e conversas, em várias localidades, da Guarda a Porto de Mós, sobre o 25 de Abril, o impacto social da Covid, a censura, a imprensa clandestina no Estado Novo, a iconografia da liberdade, a arte das capas dos livros, as fake news, etc. Colaboraram connosco, universidades e politécnicos, associações culturais, autarquias desde juntas de freguesia a câmaras municipais.
Este ciclo de actividades ainda não está terminado, implicando transportes, montagens, desmontagens e novos transportes, preparação de cartazes e folhas de sala, e muitos aspectos de organização que só aparecem no decurso das actividades. Milhares de pessoas visitaram as exposições, participaram nas inaugurações, debates e colóquios, com salas cheias em muitos concelhos em que este tipo de actividades é mais escasso. Artigos na imprensa nacional e local, entrevistas na rádio, programas de televisão, reportagens, deram a conhecer o que estavamos a fazer a um público muito mais vasto.
Visitas guiadas aos armazéns do Ephemera continuaram com cada vez mais pedidos de grupos com frequência semanal. A cobertura de manifestações foi continuada, mas sofreu com a falta de tempo e de pessoas para um período tão intenso como é o que se passa à volta do 25 de Abril. E entraram mais duas dezenas de associados para a Associação Cultural Ephemera, que já tem mais de 700 associados. Também nestes meses preparamos protocolos para abertura de novos locais de recolha e iniciamos parcerias, como a que temos com a APIGRAF, que nos permite obter apoios para as nossas actividades. O lado negativo de tanta actividade é a pressão sobre os nossos custos, em particular resultante do aumento muito significativo de despesas em transportes.
Mas, escondida por toda esta actividade pública, continuou aquilo que consideramos a nossa tarefa principal, salvar a nossa memória histórica, salvando bibliotecas, colecções, espólios individuais e colectivos. E neste período de Março a Junho, recolhemos alguns dos mais importantes contribuições para o ARQUIVO EPHEMERA, quer em dimensão, quer em importância. Em breve daremos notícias.
Armando Ferreira, Carla Pacheco, Carlos Guerreiro, Carlos Simões Nuno, Carlos Vieira, Carmo Matos, Dores Ribeiro, Eduardo Pinto, Fernanda Lopes, Fernando Correia de Oliveira, Fernando Dias Antunes, Fast Eddie Nelson, Francisco Avillez, Graciete Caldeira, Isabel Campos, Joaquim Carlos Matos, José Bio, José Fernandes, José Gomes, Júlia Leitão de Barros, Júlio Sequeira, Luis Pinheiro de Almeida, Margarida Caleiro, Margarida Carmo, Manuel Maltez, Nuno Teixeira, Paulo Portugal, Renato Costa, Rita Maltez, Rita Matos, Rui Serrano, Teresa Carreira e Victor Rodrigues, entre outros, limparam, separaram, arrumaram, desarrumaram, catalogaram, digitalizaram, imprimiram e dobraram, passaram a ferro, penduraram, varreram, carregaram e descarregaram, desenharam, fotografaram, reviram textos, traduziram, fizeram visitas guiadas e colóquios, venderam livros, fizeram apresentações, deram informações, mostraram objectos e papéis, colaram e distribuíram cartazes, e vão continuar.
Está tudo exausto, mas vale a pena.
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