(Parte da entrada biográfica de MARIA JOSÉ ABRUNHOSA no DICIONÁRIO DA ESQUERDA RADICAL (1960-1974). Ver nota aqui.)
Plenário dos estudantes do Porto realizado nas escadarias de então edificio da Faculdade de Ciências e actual Reitoria. Os Plenários eram ilegais e acabavam sempre com a intervenção da polícia. Por volta de 1969-70, os Plenários foram dirigidos por José Pacheco Pereira (ver PLENÁRIOS DOS ESTUDANTES DO PORTO – DOCUMENTOS (1969-1970)). Que se saiba é a única representação existente da reunião magna dos estudantes do Porto.
Reunião associativa realizada numa mesa de um bar de Faculdade (Medicina? Belas-Artes?). A maioria das Associações de Estudantes no Porto não estavam legalizadas e por isso não tinham instalações próprias.
Exibição do filme Couraçado Potemkine de Eisenstein realizada numa sala ocupada numa escola do Porto. O filme era proibido, mas havia várias cópias em Lisboa e no Porto que passavam nos meios estudantis mais politizados.
Edição de sebentas por uma Associação de Estudantes, um importante meio de financiamento mas também um aparelho técnico que servia para publicar clandestinamente comunicados e panfletos associativos e não só. No Porto, era na Editorial de Engenharia que se encontrava o melhor aparelho técnico que funcionava em condições de legalidade.
Uma reunião de curso na Universidade do Porto. Durante muito tempo, o movimento associativo não valorizou o papel deste tipo de reuniões. Porém, na década de 70, por influência das escolas de Lisboa, como o IST e o ISCEF, o “trabalho de curso” foi fundamental para a implantação associativa.
Os desenhos de Maria José Abrunhosa
Maria José Abrunhosa era, à data em que fez estes desenhos, estudante de Belas-Artes e uma militante muito activa no movimento associativo do Porto e activista clandestina. Fez estes desenhos para uma lista da tendência “Por um Ensino ao Serviço do Povo”, concorrente às eleições na Faculdade de Medicina do Porto.
Manteve a sua militância depois do 25 de Abril e, como arquitecta, trabalhou na Câmara Municipal da Guarda e mais tarde, como profissional liberal, na mesma região. Colaboradora da imprensa local onde publicou dezenas de artigos denunciando aspectos da corrupção nas autarquias e atentados ambientais.
Morreu em 1999, sendo-lhe feito um pequeno monumento na Guarda em sua memória.
– Ver PAPÉIS DE MARIA JOSÉ ABRUNHOSA
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